segunda-feira, 29 de abril de 2013

AFRIKA BAMBAATAA - 30 ANOS DE "PLANET ROCK"


Quando lançou, em dezembro de 1982, a emblemática “Looking for the perfect beat” — mais tarde celebrada por Marcelo D2 —, Afrika Bambaataa não sabia que já tinha encontrado o batidão perfeito. Alguns meses antes, ao lado do produtor Arthur Baker e do grupo The Soulsonic Force, com o auxílio de uma bateria eletrônica, ele havia criado uma música absolutamente original, um funk minimalista e futurista (para a época), no qual parecia fazer robôs dançarem no ritmo de James Brown.


Trinta anos depois do seu lançamento, aquela música, batizada “Planet rock” — que tomava “emprestado” ideias dos grupos Kraftwerk (alemão), Yellow Magic Orchestra (japonês) e Babe Ruth (inglês) — continua ecoando, sendo considerada não apenas um divisor de águas do então emergente hip-hop, mas também o som que influenciou decisivamente a música eletrônica, gerando um estilo (o electro) e abrindo portas para outros fundamentais (techno, house, trance etc). De quebra, os sete minutos e 31 segundos de “Planet rock” — originalmente lançada num vinil de 12 polegadas pela gravadora Tommy Boy — tiveram um efeito colateral ainda mais inesperado, tornando-se a pedra fundamental no surgimento do funk carioca. Não por acaso, parte das celebrações em torno desse clássico vai acontecer no Rio, onde Bambaataa se apresenta em dezembro, possivelmente no Circo Voador, no dia 21.

— Queríamos fazer algo completamente diferente de tudo o que se escutava naquela época — lembra Bambaataa, em entrevista por telefone, com um discurso repleto de misticismo. — A Guerra Fria ainda existia, e, com ela, a sombra de um conflito nuclear, mas também sentíamos que estávamos prestes a entrar na era eletrônica, no nosso caso representados pela TB-308 (a bateria eletrônica da Roland). Além desse contato com as máquinas, que evidentemente se tornaria maior, havia o sonho de viagens espaciais, de evolução da raça humana, de proteção do planeta Terra, a nossa rocha no espaço, e da busca de novos horizontes. “Planet rock” foi uma mistura de tudo isso.

O desafiador chamado à dança da letra do MC The Globe, do Soulsonic (”Party people, can y’all get funky?”), e seu apelo à “socialização” das pistas representavam um pouco do revolucionário contexto em torno da música. A Sugarhill Gang já havia lançado “Rapper’s delight” (por aqui, batizada de “Melô do tagarela”), considerado o primeiro rap da História. Mas até então os pioneiros rappers faziam suas rimas em cima de faixas de disco e de funk (a própria “Rapper’s delight” era uma recriação de “Good times”, do Chic).


Bambaataa sabia bem disso. Ex-líder de uma gangue no Bronx, ele havia se tornado um misto de pacificador e agitador cultural, à frente da sua Zulu Nation, que misturava dançarinos, grafiteiros e DJs. Ao lado do lendário DJ Kool Herc, ele começou a fazer festas nos conjuntos habitacionais da região, as chamadas “block parties”. Concorridas, elas acabaram chamando a atenção do empresário Tom Silverman, que viu na portentosa figura de Bambaataa a melhor forma de trazer credibilidade de rua para sua novata e independente gravadora.

Contratado pela Tommy Boy em 1981, Bambaataa debutou com o single “Jazzy sensation”, criado com a base de “Funky sensation”, um balanço disco da cantora Gwen McCrae. Para o seu segundo lançamento, ele sabia que precisava inovar e avançar bem mais. As ruas pediam isso.

— As danças estavam ficando diferentes, as rimas, mais apuradas, mas faltavam músicas próprias para acompanhar aquele novo universo. Não bastava mais tocar coisas já existentes, fossem elas disco, soul ou funk. Era preciso criar algo novo — conta ele. — E eu era apaixonado pelo Kraftwerk e pelo disco “Trans-Europe express”, com aquele incrível groove gélido, sintético. Gostava também da Yellow Magic Orchestra, do balanço do Babe Ruth e da trilha sonora de John Carpenter para o filme “Halloween”. Eram sons muito avançados para a época. Nosso funk teria que ser uma mistura de tudo isso e ir além.

E foi. Bambaataa e Baker contrataram o tecladista John Robie para que ele reproduzisse a melodia de “Trans-Europe express” — o que, mais tarde, geraria um processo por violação de direitos autorais, resolvido amigavelmente entre as partes. A bateria eletrônica, uma novidade para a época, foi alugada de um músico de estúdio, e nela foi programada a marcante batida de “Planet rock”, com partes de “Numbers”, também do Kraftwerk.

— Os timbres daquela batida são incríveis. Ainda hoje é difícil não se arrepiar ouvindo “Planet rock” — garante o DJ Sany Pitbull, um dos mais avançados do novo funk carioca. — Foi uma música que mudou tudo. Ninguém usava bateria eletrônica nas pistas. Os balanços eram todos criados por bandas de verdade. Aí de repente vem aquele pancadão futurista. Todo mundo pirou.

Inicialmente, “Planet rock” não entrou nas paradas de sucesso da “Billboard “ — embora mais tarde fosse classificada como uma das maiores canções de todos os tempos pela revista “Rolling Stone”. Mas Bambaataa lembra o impacto que ela causou quando ele tocou o vinil pela primeria vez num baile no Bronx.

— Foi uma histeria. Lembro que tive que fazer três rewinds (a técnica de voltar um disco até o começo com as mãos) porque as pessoas não paravam de gritar. Nas caixas de som, “Planet rock” soava ainda mais forte. Depois dela, sabíamos que não havia mais como voltar atrás. O futuro estava traçado. E ele era eletrônico e funky.

Lançada no Brasil em 1985, numa coletânea da Tommy Boy (o vinil duplo “Greatest hits”), “Planet rock” transformou também o universo dos bailes de subúrbio do Rio, como lembra o DJ Marlboro.

— “Planet rock” é o marco zero do funk e da música eletrônica — afirma ele. — Eu já tocava Kraftwerk nos bailes, mas não tinha o mesmo peso de “Planet rock”. Essa coisa de unir a batida de um grupo alemão com a levada do funk de James Brown foi uma sacada de gênio. As pessoas piravam na pista e vinham me perguntar como faziam para dançar aquilo. Quando levei o Bambaataa a um baile no Complexo do Alemão, muitos anos depois, ele quase chorou vendo a massa dançar. Eu disse a ele: “Isso aí foi você que criou.”

domingo, 28 de abril de 2013

TERENCE TRENT D´ARBY OU SANANDA MAITREYA?


Este rapaz de cabelo trançado esteve na europa, em inícios dos anos 80, ao serviço do exército americano. Na Alemanha, juntou-se a uma banda funk chamada Touch e assim entrou no mundo musical. Em 1984, já livre do serviço militar, lançou com os Touch o álbum Love On Time, que deve ser uma raridade nesta altura (mas daquelas que ninguém quer saber). Dois anos depois, mudou-se para Londres onde fez parte dos The Bojangels, um grupo soul/funk. No mesmo ano assinou contrato musical com a CBS e o New Musical Express encheu-lhe o ego ao colocá-lo na primeira página com o título O Novo Príncipe da Pop.

Nova-iorquino de gema, TTD'Arby entrou no mundo da música para arrasar. Dizia ele que o seu primeiro disco seria a melhor coisa à face da terra, musicalmente falando, depois de Sgt. Pepper's, dos Beatles. De facto, talento não lhe faltava... e arrogância também não. O primeiro single If You Let Me Stay entrou para o top 10 britânico e o tão auto-elogiado álbum, Introducing the Hardline According to Terence Trent D'Arby (1987), não lhe ficou atrás em termos de sucesso. Façamos-lhe justiça: este primeiro longa-duração de TTD'Arby é um dos maiores discos da década. Nele podemos encontrar grandes canções como If You All Get To Heaven, If You Let Me Stay, Wishing Well, Dance Little Sister e a enormíssima balada Sign Your Name.

Lembro-me que houve quem começasse a falar na altura de TTD'Arby como o novo Prince, mas eu sempre desconfiei deste tipo de "associações". A verdade é que Terence iniciou no final da década uma curva descendente tão acentuada que rapidamente deixámos de ouvir falar dele nas tabelas de vendas.

A 12 de Junho de 1999 actuou com os INXS na abertura do Estádio Olímpico de Sydney (Austrália). No mesmo ano fez um incursão pela televisão ao fazer parte do elenco da série Shake, Rattle & Roll. na qual desempenhou o papel de Jackie Wilson. 


E agora, duas notícias que vão deixar-vos boquiabertos:

1- Terence Trent D'Arby faz hoje 42 anos. Se por acaso está a ler isto e vive em Milão (Itália), apareça na festa de aniversário do senhor e dê-lhe os parabéns. Diga que vai da parte do Tarzan Boy.

2- Terence Trent D'Arby já não é Terence Trent D'Arby. Em 2001, mudou o nome para o muito mais estético e funcional Sananda Maitreya. Criou a sua própria companhia discográfica, a Sananda Records, o que lhe assegura a edição dos trabalhos discográficos.

A sua biografia, no site oficial, começa assim: "Sananda Maitreya é um artista que sabe quem é e que está empenhado em sê-lo." Er... OK, buddy! (alguém percebeu?) Mais adiante confessa que o seu sangue é índio, português, espanhol, irlandês e africano. Uma autêntica misturadora.

E agora, para terminar, a revelação de que todos estavam à espera:

- Quando a sua mãe se casou com o Reverendo J.B. Darby, o jovem Terence Trent Howard mudou o último nome. Mais tarde acrescentou-lhe o apóstrofo, facto que iria ser determinante no seu sucesso. Deve ter sido por influência da Lena D'Água. 




quarta-feira, 24 de abril de 2013

POR ONDE ANDA O SNAP!

Oi amigos e amigas oitentistas estarei descrevendo a todos (as) sobre a banda SNAP!, sua origem até sua atual situação nos dias atuais. The Power, lançado entre 1989 e 1990 e logo em seguida em 1992 Rhythm is a Dancer? São os hits que rodaram o mundo e são conhecidos e sentidos em diversas localidades do mundo.


A banda surgiu em Frankfurt na Alemanha e é considerada pela crítica especializada eurodance e house, tendo suas atividades entre 1989 a 1996, retomada em 2000 e ressurgindo em 2002 até os dias atuais. O grupo é formado pelos produtores Michael Münzing e Luca Anzilotti, contando também com o rapper Turbo B. Suas performances lhes renderam o topo do UK singles Chart, tanto The Power quanto Rhythm is a Dancer?, cada uma em sua época, pois era um som novo sendo produzido e uma novidade bem recebida por jovens eufóricos de casas noturnas em todo mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, tendo também uma certa participação para o surgimento do movimento Clubber, que era definido por sua versatilidade e ousadia em suas vestimentas, possuindo uma característica peculiar, esses também sendo remetidos a frequentadores assíduos de danceterias, o termo surgiu na Inglaterra, mas rapidamente foi exportado ao mundo.
Para obterem maior notoriedade e boa reputação no mundo Michael Münzing e Luca Anzilotti resolveram adotar pseudônimos para conseguirem uma boa reputação, já que os mesmos acreditavam que o público tinha uma concepção negativa da música alemã, sendo adotado os nomes Benito Benites e John "Virgo" Garrett III por ambos, respectivamente. O hit The Power combina bem elementos do house com o Hip Hop americano, tendo uma boa aceitação do público. O fato do sucesso fez com que houvessem samples sendo produzidos sem autorização dos membros do grupo, no qual eles foram considerados devido tal fato os Reis das Batidas, ou Beats, como era assim definido na época.  


Países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Holanda e Itália tiveram boa aceitação com o segundo single, o Rhythm is a Dancer?. Nesse período após alguns desentendimentos o rapper Turbo B deixa a equipe obtendo autorização para continuar em carreira solo, isso próximo de ser lançado o single Exterminate. Nele é possível encontrar nos vocais o americano Niki Harris e uma ex Backin' Vocal da Madonna. Suas participações conseguiu colocar o hit na 2ª posição no Reino Unido em 1993, porém o single "Do you see the light (looking for)" atingiu apenas a 10ª posição.

Seu terceiro álbum é marcado por uma mudança de estilo. Contextualizado com um house progressivo, foi lançado o single "Welcome to Tomorrow (Are you Ready?)", lançado em 1994. O segundo single do álbum, também intitulado de Welcome to Tomorrow foi "The first the last eternity (till the end)" obteve um sucesso moderado.



Em 1996 ocorreu o término oficial da banda, porém de forma inesperada em 2000 eles voltaram lançando o hit "Gimme A Thrill", tendo participação do rapper Turbo B. Em 2005 Münzing e Anzilotti voltaram aos estúdio, desta vez para gravarem o single "Beauty Queen". Foi motivado o retorno pois em meados de 2003 muitas publicidades e até filme tiveram como trilha sonora The Power, por isso o estímulo de ambos em voltar à música.

Nos últimos 3 anos o pessoal do Snap vem fazendo algumas apresentações ao redor do mundo, seja em festivais ou em casas noturnas. A última apresentação deles foi em uma casa noturna em Brasov na Romênia em Dezembro de 2011, como o Projeto Autobahn sempre está a frente de seu tempo, afinal desde 1993 está na ativa e no começo dos anos 90 ousou com som dos anos 80 e a cada dia atrai mais público, resolveu presentear todos os fãs com a apresentação dos alemães do SNAP! no dia 10 de agosto de 2012 no 80's Club. Maiores informações sobre o mesmo vocês podem conferir aqui no site. Caso queira matar a saudade deles, de seu som e acompanhá-los de perto aqui no Brasil não perca tempo, somente a primeira casa anos 80 do Brasil poderia proporcionar alegrias como essa, sem contar o estilo diferenciado e agradável que a casa possui.